Hoje tem show do Keane no Metropolitan-ATL-Claro-Citibank Hall.
Gostava da época em que as casas de espetáculos tinham nomes, e não eram batizadas com as marcas de seus principais patrocinadores... O Cine Veneza assim permaneceu durante tanto tempo, e até hoje as pessoas falam dele desse modo, chamando pelo nome. O Roxy, mesmo tendo sido reformado, continua Roxy. Até o Odeon, que insistem em completar com um BR graças ao patrocínio da empresa-mãe brasileira, resistiu a essa tendência de fazer de todo espaço uma mídia em potencial pra consumo.
E quando o patrocinador desiste? Fica como o finado Espaço Unibanco, que tem que se contentar em ser laconicamente chamado de "Espaço de Cinema". Po, tem uma sala escura, um projetor, pipoquinha e um comercial avisando que o local atende aos requisitos de segurança e tem portas anti-pânico, é um espaço de cinema, to certa?
Na minha pesquisa superficial, percebi que essa onda de tacar o nome da marca pegou em casas de espetáculos. São Paulo tem exemplos disso.
Acho antipático. Gosto dos nomes próprios, emprestados de lugares ou pessoas ilustres a um espaço que pretende ser mais legal que os outros, diferente. É bom ir no Sergio Porto, mesmo sabendo que o cara morreu faz um tempo, e pensar que diabos aquele nome tem a ver com o local. Sou do time que acha que o nome, queira ou não, transmite algum tipo de energia praquele lugar ou indivíduo que é nomeado. Infelizmente, nunca fui a uma Lona, mas garanto que a Gilberto Gil, a Sandra de Sá, a Hermeto Pascoal, parecem diferentes uma da outra - mesmo com o projeto parecido.
Não sei. Eu gostaria de hoje ir ao show do Keane no Metropolitan e não no Citibank Hall. Porque, quando eu for contar pros meus filhos da emoção de ver a banda que tanto gosto, eu gostaria de dizer que o lugar onde o show aconteceu era mais que um outdoor de proporções gigantescas fazendo propaganda de um grupo financeiro transnacional que atende, em sua maioria, clientes com renda mensal maior que a anual de muita gente.
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Mas aí eu posso me perguntar se essa preocupação não é antiga, old-fashioned, datada, que tenta resgatar, algo romanticamente, um passado que eu não vivi e onde a autenticidade das coisas não era uma questã.
Sei lá. Pára por aí.

sexta-feira, 20 de abril de 2007
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